VIDA DE OFICIAL DE JUSTIÇA

Ele tem um cotidiano quase sempre parecidão.

Na semana, acorda às 5 horas, e começa o paredão.

Toma um banho e veste uma roupa casual, sem hesitação.

E sai depois do café, com mandados para cumprimentação.

Ele embarca em seu carro basicão.

Sem luxo e sem nenhuma ostentação.

Com mapas, caneta e papéis na mão.

Ele sai para iniciar a sua grande ação.

Em bairro distante ele pena, nas ruas sem penetração.

E quando consegue lá chegar, se vai voltar, ele sabe não.

Tem malandro encarando em todo lugar, cada esquina, um valentão.

Tem que ter dinheiro trocado para dá, se não vai ser chateação.

Tem quer rezar muito para Deus, pela sua salvação.

Para bem o dia terminar, e ele voltar são.

Coisa difícil, é quando ele precisa de informação.

Ninguém quer dar, nem por muita empolgação.

É uma vida dura e com muita agitação.

Sem tranquilidade, e bastante preocupação.

Nos bairros melhores, estacionar é como uma premiação.

E em prédios de luxo, é muitas vezes barrado, e fica sem ação.

No sol e na chuva, é dura essa missão.

No asfalto ou na lama, não tem muita escolha não.

De frente recebe toda raiva da intimação ou da citação.

O cara acha ele sempre culpado, e não quer ouvir explicação.

Nessa luta diária, ele finalmente se alegra, quando volta para a sua habitação.

Começa então a rever tudo, para poder fazer certidão.

E de noite consegue finalmente, um pouco de paz e valorização.

Porque sente que a sua luta do dia-a-dia teve muita gratificação.

Noélia Alves Nobre
Enviado por Noélia Alves Nobre em 07/12/2014
Reeditado em 08/04/2019
Código do texto: T5061832
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