O vírus

Às vezes gastamos o sono e sobra noite,

Essa sobra, os pensares tomam para si;

O pensamento deve ter seu próprio site,

Tão sensível que acessamos sem sentir...

sem mais nem menos revemos os posts,

que vimos, revimos, já gastamos de ver;

algumas, realistas outras, meio ghosts,

é que nesse site não podemos escolher...

então, presumimos o controle que falta,

irmos de arrasto não é de nosso agrado;

porém, a alma tem sua guarita mais alta,

aí, pensamos pensar, e somos pensados...

geralmente a alma é refém de um vírus,

que deleta anseios e baixa frustrações;

o risco de contaminar o corpo é o ônus,

pois, esse absorve o peso das desilusões...

o sono restaurador, essa dádiva do Pai,

está pra a alma, como ao corpo, o trigo;

pois, não raro, quando esse bem se vai,

querendo ou não, carrega a paz consigo...

mesmo nele, às vezes a alma me invade,

faz andar contra o vento, qual caravela;

não satisfeita aquela com a sua metade,

viola meus sonhos e faz sonhar com ela...