Carmim
Não sei de mim, sou um esboço de mim
Não sei em que tempo ou lugar estou
E a vida vai rindo de mim
A cada vez que me levanto do que restou
E que vontade de explodir
Como as extensas galáxias desse universo
Onde me torno uma cor pura
Onde não fazem sentido meus versos
A cor vibrante
Como o sangue pulsante em minhas veias
Bombeando meu frágil coração
Que cheio de incertezas incendeia
No espaço-tempo daquele velho encontro particular
Daquele velho abraço que fez meu peito pulsar
Naquele velho saguão onde o tempo congelou o nosso olhar
E que pecado...madrugar mais um dia
Oferecer uma moeda por cada pensamento teu
Adentrar na tua bolha púrpura e fugir contigo por qualquer via
Como se todos os nossos ponteiros fossem se acertar
Como se no último segundo tudo pudesse ser salvo
Como se no último desejo eu pudesse estar do teu lado
Como se fosse meu o batom que (de)marca teu corpo e tua boca
Aquele meu batom, cor de carmim.