ARREMATE...
Abre-se mais um,
E se vai menos dois
O dia e a noite, virgula
Casa e botão
Ponto e exclamação
Das horas no ponteiro do tempo
Deslizando lentamente
Harmonizando
nos fios dos sentimentos.
Costuro as letras
os inversos em versos
A lantejola acetinada, dourada
misturam no tecido
Tergal, brim e seda
Peça prateada.
Desenho abstrato
Da terra, do céu,
Das mangueiras, das estrelas
Dos jardins e das flores
Meu quadrado, sentimentalizado
Formato do passado
De glória em partes,
Nas rodovias
de tantas idas e vindas
a poesia solta
Respiração do coração,
Boca a boca.
Agulha e linha.
Deixo a vontade meus dedos
A saudade que mata
Outro arremate!
Costuro,
os efeitos delicados, enfeites
Os defeitos alinhavaram
A capa do travesseiro Inocente!
Reticencias...