Próximo
Você prepara tanto sermão,
esvazia os bolsos e os pulmões,
joga fora lembranças
e finge amar para ter o que é próximo.
Próximo.
E desliza em pedras,
em adjetivos que a vida lhe oferece,
caminha errante pela força do vinho,
erra na hora das ceias e do que é santo.
Próximo.
Você viaja pelos propósitos
do que é quieto
e jura conquistar o mundo
sem sair do chão.
Próximo.
Sim,
você prepara um último salto
e dá de cara com as janelas da madrugada,
talvez com armas em punho,
talvez, apenas com tinta, papel e esperanças...
Próximo.
Mas o que te atrai não são os desejos,
e sim a rotina de manter qualquer rotina
que te faça sentir vivo.
Próximo.
Agora você duvida...
Conclusão:
é que duvidar é discórdia,
e nisso somos rotineiros até demais.