Frida
Se a vida é essa passagem do tempo
Que insiste em levar partes de mim
Já não resta nenhuma esperança
Somente a espera do fim
Eu sou a desintegração
Carrego todas as chagas do mundo
A completa solidão
O tom escuro mais profundo
Chamaram-me de surrealista
Um erro, dos mais grosseiros
Nunca pintei um só sonho
Somente minha realidade-pesadelo
Vou mal e irei ainda pior
Vivendo enquanto puder pintar
Aprendendo pouco a pouco a ser só
Já começo a me acostumar
Mas creio que o melhor é partir
Espero nunca mais voltar
Que tudo isso acabe num instante
Já que as mágoas aprenderam a nadar
Pés, para que te quero,
Se tenho asas para voar?
(Homenagem a Frida Kahlo)