Não é Tempo de Adeus

Procuro fechar os olhos, esconder-me

Não que eu não pense

Em verdade, eu penso, e recuo feito uma criança assustada

Feito um idoso amedrontado

pois não quero

Não, eu não quero dizer adeus

as pessoas que cativei,

aos sorrisos que recebi,

o ombro surrado que já doei.

Ainda é cedo

O dia amanhece, o Sol está alto

eu não quero, agora

Despedir-me de meu lugar

de tudo o que vive acesso em mim

Com uma paz que perdura...

E perdura, perdura como se fosse infinita.

É que a saudade adentrou em meu corpo

esta noite.

E senti como se tudo o que fosse meu

estivesse se desfazendo e indo embora

sobre minhas mãos.

Eu não quero dizer adeus.

Meu coração é muito pequeno

E agora vejo como é difícil suportar certas coisas

Meu caminho entrelaçou-se com outros meios

e desde então, perdi-me

Onde estou?

Diga, saudade

Você que alastrou seu gosto amargo

sobre o meu tom desalinhado

Eu já te sinto

Tão finda, tão limpa,

mas, será que não entendes?

Ainda não é tempo de adeus.

Tainá Santos
Enviado por Tainá Santos em 29/11/2014
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