Não é Tempo de Adeus
Procuro fechar os olhos, esconder-me
Não que eu não pense
Em verdade, eu penso, e recuo feito uma criança assustada
Feito um idoso amedrontado
pois não quero
Não, eu não quero dizer adeus
as pessoas que cativei,
aos sorrisos que recebi,
o ombro surrado que já doei.
Ainda é cedo
O dia amanhece, o Sol está alto
eu não quero, agora
Despedir-me de meu lugar
de tudo o que vive acesso em mim
Com uma paz que perdura...
E perdura, perdura como se fosse infinita.
É que a saudade adentrou em meu corpo
esta noite.
E senti como se tudo o que fosse meu
estivesse se desfazendo e indo embora
sobre minhas mãos.
Eu não quero dizer adeus.
Meu coração é muito pequeno
E agora vejo como é difícil suportar certas coisas
Meu caminho entrelaçou-se com outros meios
e desde então, perdi-me
Onde estou?
Diga, saudade
Você que alastrou seu gosto amargo
sobre o meu tom desalinhado
Eu já te sinto
Tão finda, tão limpa,
mas, será que não entendes?
Ainda não é tempo de adeus.