Respirar

Todos os mares me abraçam imprudentes

nesta noite de açoites e blasfêmias.

Todos os olhares me fitam, permeando

a fome e o azedo dos meus lábios.

Todo pecado dissemina ramificado

em minha pele e átomos,

mas o esplendor do teu olhar rompe

em luz em meio a tantas trevas

e posso descansar sob tua

paz em meio a tanta morte.

Deus,

que há

que não me deixas

sucumbir?

Deus,

logo eu

que venho nascendo

torto e desajeitado...

Logo tu que desajeitas o fundamento

para convencer o universo da tua grandeza.

Pai,

pai:

Que há, que me concedes pulmões para tanto respirar?!

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 25/11/2014
Código do texto: T5047723
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.