Respirar
Todos os mares me abraçam imprudentes
nesta noite de açoites e blasfêmias.
Todos os olhares me fitam, permeando
a fome e o azedo dos meus lábios.
Todo pecado dissemina ramificado
em minha pele e átomos,
mas o esplendor do teu olhar rompe
em luz em meio a tantas trevas
e posso descansar sob tua
paz em meio a tanta morte.
Deus,
que há
que não me deixas
sucumbir?
Deus,
logo eu
que venho nascendo
torto e desajeitado...
Logo tu que desajeitas o fundamento
para convencer o universo da tua grandeza.
Pai,
pai:
Que há, que me concedes pulmões para tanto respirar?!