ESCRITA TORTA DA CABEÇA

APALAVREANDO A VONTADE DE FAZER

Ando meio enluarada, um meio um tanto quanto inteiro, feito lua que muda de forma, vem e vai sem se importar com a métrica que isso tem.

ENFADONHANDO O NADA DIZER

Ando meio ensolarada, um meio um tanto quanto inteiro, feito sol que arde de dentro, sai e vai sem se incomodar com a genética que isso tem.

APARVORANDO A JUNTA DO FAZER

Ando meio enuviada, um meio um tanto quanto inteiro, feito nuvem que abunda de água, cai e vai sem se mirar com a fonética que isso tem.

ACOBRINHANDO O PELO FAZER

Ando meio assombreada, um meio um tanto quanto inteiro, feito sombra que refresca, soa e vai sem se notar com a energética que isso tem.

AVENTUINHANDO O PORQUE FAZER

Ando meio atempestada, um meio um tanto quanto inteiro, feito chuva que molha, flui e vai sem se misturar com a ótica que isso tem.

EMBRUNHEANDO O COMO FAZER

Ando meio terremotizada, um meio um tanto quanto inteiro, feito terra que arde, desce e vai sem se importar com a ética que isso tem.

COISIFICANDO O POR FAZER

Ando meio afoguerada, um meio um tanto quanto inteiro, feito chama que inflama. queima e vai sem se importar com a prática que isso tem.

ENARIZANDO O SEM FAZER

Texto: Roberta Lessa