Declive
Como bois no cabresto, como pássaros na gaiola!
Enjaulados e com vigilância rigorosa de olhos cansados.
À procura dessa pseudo-liberdade que tanto nos informaram, de forma (in)coerente e coesa, na sociedade que nos sujeita a viver aprisionados.
Horas a fio, 48 horas de tortura, à espera da carta de alforria.
Alimentação silenciosa, para não atrapalhar a concentração daqueles que podem vir a tomar o seu lugar, em algo que você nem tem certeza se quer de verdade.
Tendo somente, o sentimento mundano de querer desbravar terras, sem ao menos pensar em desbravar as mentes por trás delas.
Mentes brilhantes.
Mentes sujeitas à perda desse brilho, para encaixar-se nos padrões "cultos".
Incultura.
Cultua.
Tortura.
Tortura que faz você chegar ao fim do dia, com a cabeça tão cheia disso e de si mesmo que seu único alívio, ao repousar a cabeça no travesseiro, é saber que ao raiar do sol desfrutará da pouca e simples liberdade que ainda lhe resta.