Quem sou eu?
Que retrato é esse,
Que passeia em minha casa,
Vai de um lugar para o outro,
Vai...querendo ser auto-retrato.
Mas,eu mudo confusa de lugar.
Coloco os meus olhos,no quarto.
As minhas mãos na sala.
Os meus pés,vão no telhado.
Não costumo quebrar nada,
Piso leve,feito passarinho.
E quando noto,já nem estou mais
Ali.Aqui,coloco a minha verdade,
A minha saudade,os meus delírios...
Quando vejo,lá estão os meus olhos
No amor de novo,azulando a minha intensidade.
Talvez,se os meus olhos fossem escuros,
Não seriam tão profundos,quando buscam.
Quando pingam os meus pedacinhos,ofuscam
O meu sorriso,mas eu preciso desses pingos.
E as minhas mãos,já não repousam na sala,
Estão aqui,tão intensas,que não querem parar.
Eu não mando nelas,nem nos meus pés...
Rodopiando a poesia,pisoteando feito criança,
É assim a minha crença.Nasci propensa à
Ser intensamente descuidada com os tropeços...
Caio,levanto,esqueço...e vou de novo,
Levada pelo vento,pela crença,pela poesia.
A poeira dos meus passos,não esqueço.
Adormeço mulher,acordo menina.
Embalo os meus sonhos... e sou
Novamente mulher,de véus,sonhos e
Poesias.