atemporalidade presente
Rebuscando tons, dos idos instantes;
Nesses fins de tarde a nostalgia fere,
estão perdidos longe, e tão distantes,
Até mesmo o binóculo desiste antes,
Por mais que achar, esperança espere...
Poderiam essas tardes ser diferentes,
mas, qual santo que nessa hora acode?
Contamos conosco mui simplesmente,
Nostalgia é um malefício do presente,
Passado tenta socorrer, mas, não pode...
A vassoura desastrada espalha a poeira,
tentando limpar, mais sujeira ainda, faz;
aí atrapalha, uma lembrança maneira,
até se, em boa intenção ajudar queira,
ela aviva deleites mortos, e mata a paz...
Pra viagem no tempo é franco o passe,
Basta que a alma abra ao seu relicário;
Na cova de ventura morta a erva nasce,
Como se a mão da carência a plantasse,
pra suprir espaço vazio com imaginário...
na ambivalência não se sabe onde está,
elástico, quanto mais puxa, mais estica;
Em suas asas a alma consegue ir até lá,
Andando no tempo escapa da sina má,
Mas, a porcaria é que o corpo réptil, fica...
E essa inquilina tenaz quando nos aluga,
faz sem fiador, certo que vai inadimplir;
a face do tempo teima exibir essa ruga
sabemos, nostalgia é uma inglória fuga
Sina da qual, ninguém, consegue fugir...