PARES E ÍMPARES DE MEU SER

Que eu viva com meus pares, pois com meus ímpares certamente não quero

Que eu saiba de minha vida, pois na morte dos outros certamente não pondero

Que eu caiba em meu sonho, pois em pesadelos dos outros certamente não espero

Que eu consuma meu penar, pois as asas dos outros certamente não desespero

Que eu detenha meus medos, pois a coragem dos outros certamente não numero

Que eu jure minha crença, pois os ritos dos outros certamente não libero

Que eu peça o possível, pois o impossível dos outros certamente lidero

Há ímpares que somam outros subtraem, vivamos pois a harmonia do somar.

Há mortes que acostumam outras consomem, saibamos pois a harmonia do acostumar.

Há pesadelos que legitimam outras dizem, digamos pois a harmonia do legitimar.

Há asas que alam outras penam, alemos pois a harmonia do penar.

Há coragens que numeram outros amedrontam, temamos pois a harmonia do numerar.

Há ritos que juram outros liberam, juremos pois a harmonia do liberar.

Há possibilidade que pedem outras que liberam, peçamos pois a harmonia do liberar