(*)...ODE AOS MONSTROS...(*)

(*)... ODE AOS MONSTROS ...

ODE AOS MONSTROS BANCADOS

Existem monstros bancados naquilo que produzem.

Existe monstros agregados naquilo que perfazem.

Existe monstros intitulados naquilo que reluzem.

Existe monstros ovacionados naquilo que fazem.

Existe monstros recalcados naquilo que ouvem.

Existe monstros disfarçados naquilo que consomem.

Existe monstros endoidecidos naquilo que temem.

(*) ... quando a caravana passa, leva consigo aquilo que a carruagem credita valor, coleta as sobras do que não mais serve aos seus donos...

ODE AOS MONSTROS CRIADOS

Quando geramos monstros eles tem o costume de nos consumir.

Quando geramos monstros eles vem em cardume a nos possuir.

Quando geramos monstros eles ouvem o ciúme a lhe consumir.

Quando geramos monstros eles sentem o acume que podem subir.

Quando geramos monstros eles mentem o volume para nos diminuir.

Quando geramos monstros eles agridem o perfume de nosso sorrir.

Quando geramos monstros eles provem o lume para subsistir.

(*) ... quando a barbatana passa, leva consigo aquilo que a zarabatana credita valor, coleta as sombras daquilo que não mais é consumido pelos seus donos...

ODE AOS MONSTROS NUTRIDOS

Chegam amontoados naquilo que chama arte: verdade?

Chegam acolchoado naquilo que clama sorte: prolixidade?

Chegam acreditados naquilo que busca morte: liberdade?

Chegam ovacionados naquilo que acha corte: prosperidade?

Chegam complementados naquilo que peca forte: cumplicidade?

Chegam disciplinados naquilo que credita norte: criticidade?

Chegam concatenados naquilo que palpita porte: ambiguidade?

(*) ... quando a pestana passa, leva consigo aquilo que a gana credita valor, coleta as obras daquilo que não mais serve aos seus donos...

ODE AOS MONSTROS CONFIRMADOS

Inexistiriam se ousássemos acreditar na arte linda que há em nós.

Inexistiriam se creditássemos solucionar a arte vinda que há em nós.

Inexistiriam se solucionássemos questionar a arte ainda que há em nós.

Inexistiriam se questionássemos dimensionar a arte advinda que há em nós.

Inexistiriam se dimensionássemos tensionar a arte cambinda que há em nós.

Inexistiriam se tensionássemos equacionar a arte bem vinda que há em nós.

Inexistiriam se equacionássemos adicionar a arte oriunda que há em nós.

(*) ... quando a leviana passa, leva consigo aquilo que a profana credita valor, coleta as regras daquilo que não mais serve aos seus donos...

ODE AOS MONSTROS ABATIDOS

Recuperados tentam em vão solucionar o potencial daqueles que dominam.

Vilipendiados tentam em vão estuprar o potencial daqueles que contaminam.

Engendrados tentam em vão comprar o potencial daqueles que ruminam.

Descerebrados tentam em vão estourar o potencial daqueles que condicionam.

Apalavrados tentam em vão apossar o potencial daqueles que sabatinam.

Degenerados tentam em vão roubar o potencial daqueles que pugnam.

Assessorados tentam em vão matar o potencial daqueles que relacionam.

(*) ... quando a tirana passa, leva consigo aquilo que a grana credita valor, coleta as cobras daquilo que não mais serve aos seus donos...

ODE AOS MONSTROS RENASCIDOS

Onde reside a força dos dominantes monstros se não na imperícia do resistir.

Onde preside a força dos exorbitantes monstros se não na sevícia do coibir.

Onde agride a força dos instigantes monstros se não na carícia do existir.

Onde progride a força dos aviltantes monstros se não na imundícia do coagir.

Onde olvide a força dos alienantes monstros se não na primícia do reagir

Onde regride a força dos postulantes monstros se não na milícia do proibir.

Onde transgride a força dos gigantes monstros se não na espurcícia do brandir

(*) ... quando a fulana passa, leva consigo aquilo que a doidivana credita valor, coleta as fibras daquilo que não mais serve aos seus donos...

ODE AOS MONSTROS MIMADOS

Seria fácil ser servo se com isso jamais perdêssemos a alma acalentada.

Seria táctil ser servo se com isso jamais acolhêssemos a alma apoquentada.

Seria dócil ser servo se com isso jamais escolhêssemos a alma parlamentada.

Seria lancil ser servo se com isso jamais encolhêssemos a alma atormentada.

Seria imbecil ser servo se com isso jamais creditássemos a alma vilipendiada.

Seria grácil ser servo se com isso jamais contornássemos a alma afugentada.

Seria indócil ser servo se com isso jamais pululássemos a alma que rebentada.

(*) ... quando a iguana passa, leva consigo aquilo que a sacana credita valor, coleta as libras daquilo que não mais serve aos seus donos...

(*) - OBSERVAÇÕES PLAUSÍVEIS E NECESSÁRIAS

- Desabafo de um ser que vê muita gente de talento e real valor isolada de forma intencional e muitas vezes criminosa e sua arte repudiada pelos senhores(as) doutores(as) da arte e que tentam seu domínio quando na verdade nada que é arte se ata ou se domina.

- Vejo muitos artistas de talento por esse mundo à fora sendo mascarados pela escuridão da falta de apoio e linhas de ações que visem a abertura de espaços, mentes e vontades para difusão, dignificação e incentivo de sua arte e talento.

- Acredito que grupos específicos e temáticos são gerados tornando-se mantenedores e proprietários daquilo que acreditam ser produção artística, e que pode até ser; quando deveríamos sim deixar essa apologia à egos e ampliar nossos olhares, corações e ações em fomento aos novos artistas que despontam com tanto quanto ou até mais talentos que muitos que se intitulam artistas.

- Há espaço para tudo e para todas manifestações artísticas, e o ser melhor é aquele que não teme o que está por vir pois nesses bons ventos que inovam e retratam toda transformação social da arte de um coletivo e ou de um indivíduo.

- Sentir-se pleno e povoado de arte é também saber olhar e reverenciar o que se foi, o que se é, e o que virá, pois a continuidade cultural se dá também através de pensamentos, atos e palavras que não coíbam tudo e todos que desejam se expressar.