Nova nota
Porta
Preciso que palavras saiam do meu subconsciente
Vejo que já deve estar sendo necessário
A libertinagem de algarismos há muito tempo exilados
Envolvidos, fartos, obscuros de cabo a nado
Envolvendo seu peito
Destruindo tuas raízes
Rasgando teus princípios
Desfazendo sua ideia
Suas paixões
Seus amores
Sua poesia
te afastando da luz
Envolve-te numa escuridão complexa
E dentro da caverna, gritas por socorro
Sem nada à teu redor de verdadeiro
Faça de ti, um esporro
Loucura, quer que me ia se continuasse à teus passos?
Singelamente, doces efeitos risonhos de alegria
Nada sobraria sequer um abraço
Sem murro, sem risos para ti que se entristecia
Posso largar-te na aurora do porvir ?
E lembrar-te como uma flor sem desdém
Lembra-te que já te amei por demais das vias
Lembra-te que dei um gole de vida à teus breus
Cabe a ti, determinar se fui carrasco
Não me entorço por tuas entranhas
Querida, espero nem de nada, ao menos abraço
Peço a Amor que expulsa teus rebanhos
Preciso renovar-me de alegrias
É tempo de viver, novos amores
Caberia espaço a um segundo do milênios de pensamentos
Apresentar uma vida sem rumores, desvairada de momentos
Posso acordar a cada luar e viver por mais um dia?
Posso experimentar esquecer teus passos?
Destruir o cheiro que ficou de tuas vias
- Enlaçar a cada passo, um compasso
Vamos "carpe diem" envolve-me numa nova lagoa de ceu azul
Transborda meu cálice e destrói minhas raízes
Alegro-me que espero de ti um 'arborou'
Cria-te esperta sem ferir as crises
Vai e torna tudo ao redor em trans-lunático
Vai e arreganha as delicias da manhã
Faça que cada amor, paixão do ártico
Volta a ti, sem uma esperança de irmã
Agradeço que das correntes às correntezas sobrevivi
Poesia que me desesperou um sentimento de leveza
Torno-me um esperado da palavra 'vivi'
E rimo sem mais espesso de minha nobreza
Claro que preciso de ritmo e sangue novo
Mas de cada tarde, força talvez fosse de se apreciar
Lembro-me que pedi a vida somente gozo
E a cada noite uma mulher para se deitar
Mas a vida, nos torna sujeitos imundos à transbordinação
Fazendo que fiquemos presos às mãos sujas dela
A vida que quer nos dar um pouco de humilhação
E brinca somente a cada ser, bicho ou novela
Vamos, queridos, partiremos ao horizonte
De navio arcaremos como piratas
Apreciando a grande esperança do tesouro
Mas que nos vale a vida em cada jornada
Sociedade dos poetas mortos que reina em mim
Faça de mim o seu podre adoecer
Livra minh'alma da falsa flor de jasmim
E cabe a todos nós somente a agradecer
A noite, esqueço de ti, vagabunda de mãos sangrentas
Que com desprezo da vida me odiou
Destruo-te em meus pensamentos
E reino sobre o que me restou
Irei aonde o espirito dos cruéis se temeu à ir
Levanto e deixo que as palavras saiam do meu peito
Despeço-me para viver e partir
Agradeço-te por me matar em meu leito.
carpe diem