Lanternas de estrelas
Lanternas de estrelas
Nossos fantasmas, sentados feito deuses nos sofás do nosso sótão, tomando refrigerante e comendo pão de queijo, estão acomodados, mas inquietos, e perturbam nosso sono.
Carreguei tantos fardos, que minhas costas, parecem casco de tartaruga.
A estranheza das veias adormecidas, se confundem com teias. Tudo está escuro, do outro lado. Aquele que não enxergamos. Apenas sentimos.
Parece que deuses perderam as digitais nesses confins da alma, que nunca serão adubo. Sentem falta d'água e está tudo tão árido e inóspito que parece deserto.
Caminho pisando em flores murchas, quando queria campo de lírios e girassóis. Queria voar, mas não nasci pássaro. Olho para o abismo e ele sempre me olha, somos parecidos, mas não me atrai. Não sou ímã.
Piso em nuvens, e acendo a luz de todas as lanternas de estrelas, enquanto pucho pelo rabo o diabo dos dias. Ninguém me machuca, porque a dor, tornou-me mais forte que as muralhas da China.
Que vão para a conchichina os demônios, enquanto eu faço florir meu sótão, expulsando os invasores que de mim não fazem parte. Vomitem os pães de queijo. Nem água merecem... Oferendo a eles, minhas flores, roubo minhas dores e as enterro em solo sagrado, para que floresçam todas as cores que o universo dos meus olhos enxergaram.
tony bahi@.