Pela mão
Essa maneira assim tão corriqueira
De lidar com as coisas
Esse seu jeito que de perto espreito
Para ver defeito e por na minha lousa
Que desafia e me dá inveja
Quando você vai do caso à solução
Num entusiasmo discreto e eficaz
Da simplicidade de como tudo faz
Parece fácil, mas esse sistema
É como um dom, um talento, inato...
Que não me bafeja com parecida sorte
Com ainda que seja os restos do que lhe é farto
Só não me roo mais porque além de tudo
Sua generosidade impassível me freia
Porquanto muitos dos atos que apuro
São águas mornas que molham minha areia
Já percebi que posso em duro aprendizado
Em prática humilde de observar
Absorver como os passos são dados
A coerência de como tratar
E ao invés de algum ressentimento
Visão tacanha e estrita de um rio que na verdade é mar
Preciso descobrir qual o tamanho
Do sacrifício de se despojar
E já aos poucos alguma mudança
Se insinua e dá o que pensar
Quem sabe, a fórmula substitua os meus elementos
E mesmo a passos lentos os passe a usar
E esse pensamento aberto me construa
Um novo ser melhor para lhe acompanhar