E SE HOUVER UMA NÃO POSSIBILIDADE?
E se houver
alguma flutuação quântica que
impeça o espaço-tempo de
reverter seu fluxo?
E se o poder de escolha,
apregoado ao que chamam Ser, estiver
pela teoria da relatividade
condenado,
por simplesmente
não podermos prever como será
nosso porvir, sempre afetado pelo empréstimo
não-pago que fazemos
à velocidade da luz,
quando avançamos,
cada um a seus próprio ínterins surrupiados,
à única direção possível do fluxo
espaço-temporal?
E se, em sendo assim,
tudo [e nós entre esse tudo] não passar
de um simples Estar, diante de tantas
infinitésimas possibilidades?
Onde ficaria
o livre arbítrio, se a cada um coubesse
o seu próprio universo [separado]
moldado em lugares diferentes
do tempo-espaço?
E como se classificariam
as abnômalas aberrações cromossômicas
que surgiram ao ocaso, tal como
esta que escreve demências
entortadas?
Péricles Alves de Oliveira