Refulgência negra
Nos vezos do meu ver,
Às vezes,
Vive,
Linda e mui torva,
A sombra, a calmaria
– De morte vulto refulgente –,
Livre
Das sogas vãs do vão volver dos dias.
“A vida é tola!”, diz-me a sombra,
O vulto
De morte autoaplicada.
“Que escureça!
Desmancha-te no nada infindo oculto
Com um decidido tiro na cabeça!”
Assim,
Às vezes,
Esse vulto vem,
Sempre sorrindo,
Solto,
Sem trapaça...
Assim,
Às vezes,
Quero ser ninguém!...
Assim,
Às vezes,
A razão me laça!