Cego ao olho do mundo
É este trapo imundo
Ignorado oriundo...
Que em sarjeta levita
E tu, sua cara evita
(Caminhas fingindo um riso)
Evito eu antes a tua!
Porque és estúpida criatura
Enrolada em caros panos
Afogada num único engano:
Te denominas humano
Não sabes da sobra, das meias verdades,
Das tantas vontades...
Da negra fumaça que abraça,
Da boca que pinga a cachaça,
Do sábio desfeito em vício
Refeito em seu precipício...
E eu de cá,invejo o cume donde salta
Porque abandona esta vida barata
Se esconde noutro mundo
Onde não é mais trapo imundo
E a teu cego olho jaz tão somente
Mais um defunto.