Pobres homens...
Pobres daqueles homens de gravata
Que em suntuosas salas, em reuniões
Organizam mais uma negociata
Para desviar mais e mais milhões.
Têm-se por espertos, sentem-se senhores.
Julgam-se astutos, inteligentes, hábeis.
Mal sabem que assim criam suas dores
E tornam-se cada vez mais miseráveis.
Agem na maldade, com satisfação
Depois se abraçam, debochados e contentes.
Tiram da mesa do pobre, o alimento, o pão...
Deixam desamparados os doentes...
Ah, se mudassem este triste agir
E fizessem o bem que são capazes...
Quanto tudo poderia mudar...
Quantos avanços poderiam conseguir...
Mas se deixam levar pelo poder e sua sedução.
Que pena. São mesmo dignos de dó.
Não sabem que vivem na ilusão.
Acreditam que a vida é uma só...