Epitáfio

Quando a morte me sorrir,

Não deixes às cinzas o meu enredo,

Permitas a minha carne, misturar-se

Às sombras dos arvoredos;

Que neste instante breve e suave,

Minha passagem não seja

O arremedo de toda minha vida.

Portanto, em meu último suspiro

Avenha, uma saudade vivida!

D'um beijo doce que vingou,

Feito manga madura no pé,

No cheiro e gosto de tua saliva,

Qual perfume de um bom café!

No Sol batendo na face, e,

Adentrando as partes íntimas

Aflorando assim o desejo...

Simplesmente por estar viva!

No transbordar de tu em mim,

No vazio-cheio que é a saudade,

Nas enchentes que te causei, sei,

Fomos mais que duas metades!

Porém, que nestes lábios pálidos e

marmóreos, não fique só um olhar

perdido no vácuo, no incorpóreo,

D'um beijo adivinhado, mas nunca

dantes provado!]

Deixo-te, mas quero levar,

A brisa quente do teu arfar,

E teu sorriso como abrigo!

Inda em meu último suspiro,

Lembrar-me-ei que um dia

Fui a causa do teu suspiro...

Meu gosto será em ti,

águas doces de um rio sereno

vazante em tua face...

Ao som de: Epitáfio - Titãs

Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 20/09/2014
Código do texto: T4969505
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