Contingência 1
Caminha reto e, a sua frente, vê somente à longa distância.
O eu trêmulo, dentro ou fora, não encontra qualquer guarida.
Estrada! Somente gotas de sol queimam-lhe a visão em ânsia.
Nesta longa vida, que de tanto caminhar o seu eu anda perdido.
Caminha reto e, a sua frente, vê somente à longa distância.
O eu trêmulo, dentro ou fora, não encontra qualquer guarida.
Só os sibilos do vento lhe falam da longa distância, que cansa.
Que o eu vacilante na estrada caminha sem poder ver uma saída.
Eu, de gente descrente e desconfiada..., gente assim sem esperança,
Por isto não consegue ver, na lonjura da estrada, as veredas da vida,
Onde se dribla o cansaço, brincando de pique esconde como criança.
Eu, de gente descrente e desconfiada..., gente assim sem esperança,
Que se brincar como criança re-significará a caminhada e, então verá,
As gotas de sol e os sibilos do vento na estrada como sinais de bonança.