No mesmo barco

Estamos aqui

Sem entender o sentido da existência

E por isso

Tratando das coisas pequenas de nossa convivência

Só sabemos que estamos

Mas não sabemos onde em relação ao divino

Nem sabemos quando chegamos nem quando partimos

Vivemos quase como vivem os outros animais

Sob o manto de uma generosidade que entendemos existir

Considerando, nestas circunstâncias,

Sermos privilegiados

Em que pese a distância do ser humano mais evoluído

E o que menos sabe sobre a vida

Ambos estão da mesma forma, submetidos.

Como se fora um barco em meio a um oceano desconhecido

Um avião sem instrumentos nem visão do espaço à frente

Somos levados

Torcendo que o mal tempo não nos atormente

Que não haja conflitos mais sérios entre os habitantes

Nem que as doenças ou catástrofes nos arrebentem

Para voltarmos a pensar, ainda que minimamente,

Qual o propósito da existência da gente