Persistindo.

Persistindo.

(Djavam R. Silva)

Meus prantos não tinham face,

Lançavam-se ao infinito

Como a dor da mãe que perde o filho,

O ventre de minhas lembranças,

Ficaram órfãos,

Quando a memória se negou a existir.

Talvez o sentimento não fosse tão forte

Quanto parecia,

Pois não lutou contra sua própria morte.

Uns dizem que o amor não se entregava ao desespero,

E que dor nenhuma faria sua chama se apagar,

Mas nem sempre a faísca que parece acender,

Realmente acende.

Enquanto se entrega a própria derrota,

Por medo de não suportar vencer.

E os prantos não fazem sentido,

Quando apenas escorrem lembranças mortas,

De momentos não vividos.

O corpo não deve ser morada de decepções,

Ou de fracassos e desistências,

Deve ser persistência,

Pois a vitória

É resultado de vários fragmentos de derrotas.

DjavamRTrindade
Enviado por DjavamRTrindade em 04/09/2014
Reeditado em 04/09/2014
Código do texto: T4949486
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