Persistindo.
Persistindo.
(Djavam R. Silva)
Meus prantos não tinham face,
Lançavam-se ao infinito
Como a dor da mãe que perde o filho,
O ventre de minhas lembranças,
Ficaram órfãos,
Quando a memória se negou a existir.
Talvez o sentimento não fosse tão forte
Quanto parecia,
Pois não lutou contra sua própria morte.
Uns dizem que o amor não se entregava ao desespero,
E que dor nenhuma faria sua chama se apagar,
Mas nem sempre a faísca que parece acender,
Realmente acende.
Enquanto se entrega a própria derrota,
Por medo de não suportar vencer.
E os prantos não fazem sentido,
Quando apenas escorrem lembranças mortas,
De momentos não vividos.
O corpo não deve ser morada de decepções,
Ou de fracassos e desistências,
Deve ser persistência,
Pois a vitória
É resultado de vários fragmentos de derrotas.