(ilustração Facuri)

INTUÍDO INTENTO

*


Não percebendo quando tropeço em versos,
com ausente tato sinto o teor da dualidade,
escrevo em ânimo iniciando meu universo,
naquilo que o inspirar impôs como finalidade...

Vezes outras leio apenas apreciando,
o que o destino da escrita ora apresentou,
descobrindo ter escrito o inverso e recriando,
tentando isentar a palavra concreta que redundou...

Eclode assim, o parto caligráfico da casualidade,
afrontando o que minha mente modelou,
as palavras duais são filhas da ambiguidade,  
metáforas decorrentes que tanta dúvida gerou...

Coadunam-se em uníssono as desleais expressões,
desmentindo em confronto o assimilar absoluto,
pluralizando a unidade em imensuráveis emoções,
tornando o plasmado evento confuso: bodas ou luto? 

Se destoo meu escrito,
geminando denso sentir,
então somente leio e sorvo, 
sem mais justificar ou inquirir...

afinal,
único estou, sem reler!

*

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GEMINANDO* =  DUPLICANDO, DOBRANDO
 













 
 
Visitem as páginas da

"CÔRTE DE GOROBIXABA"
(lugar de gente feliz)



Luisenko Facurinsky
Ministro do Silêncio do Reino de Gorobixaba


SELO REAL


*


"A contemplação interior do Silêncio 
nos conduz à
perfeita harmonia exterior!"






















 
 
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 Ysolda Cabral

*




''Sabe, Luís -
quando quero desopilar
sempre visito

Gorobixaba
e volto feliz.''

''Parabéns pelo belíssimo, inteligente
e bem humorado trabalho que toda Côrte
 ali nos disponibiliza. ''

Ysolda














 

Agradeço antecipadamente
sua presença carinhosa
com suas 

INTERAÇÕES...


 














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 Zuleika dos Reis

I

"Afinal,
único estou,
sem reler".

- E um universo aqui,
querido amigo meu!
E penso:

 Se se pudesse ao menos
 ser-se múltiplo
 deveras e de vez
 cada um sendo si próprios
 separados uns dos outros
 sem o tormento infinito
 de ser-se tantos num só.

 Eu,
por exemplo carrego,
desde sempre,
infaustamente
 "Maria do Carmo" e "Carmem"
 e talvez outras mais em mim
 sendo, no entanto apenas uma só
querendo-me uma só
e sendo apenas só.

Por destino?
 Por auto punição?
 Por auto e alheia danação?

 Para acúmulo,
a escrita, a poesia,
 essa bênção-maldição
 e vice-versa essa contraditória
 como o terrível amor...

Como o terrível amor...


Sou poeta desde as vísceras!

*


*ZULEIKA DOS REIS*
INTERAÇÃO


*

II

 As palavras duais
 sina de poeta.

 Esse estar-no-mundo
 duvidando de se estar-no-mundo...

 Sina de poeta.
 Sina de se perder se achando...
 De achando se perder...

 Poeta em sua sina.
 Assim é.
 Assim é.

E sempre,
como bem dizes
sendo-se único para tanto
encargo de existir.


*
























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 Sandra Flor

*

Como posso ladrilhar,
de forma linear,
pelos canteiros do meu versejar,
se descubro que nas intempéries
constam desde remota história as vertentes
nuances do meu pensar?

Descobertas insólitas...
Descobertas ordinárias...
Descobertas ingênuas.

Mal importando a quantidade,
significando as referências.

É puro movimento.
E neste comenos,
me descubro em atos silábicos,
contos enfadados,
poesias sertânicas,
traços lascivos
e me dialético a entrega.

Póstumo a mim mesma.
E assim,
"tudo flui"

(panta rei).




Louvo a ti Heráclito*
* Filósofo pré-socrático considerado o pai da dialética.

*
















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 Sonia Lodiferle

*

Pelas letras,
dar à luz o que vai na alma...
eis o parto do poeta!






















Amigo e Mestre-poeta:

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 Alkas

*


''O poeta ao por todo sentimento à prova,
faz poesia que se comprova ao ler
e ao reler retoca e completa o que passou
da rota poética e o que soçobrou de poesia...''

''Mas mesmo assim
o poeta faz poesia,
nunca menos que poesia...''



















 
Facuri
Enviado por Facuri em 04/09/2014
Reeditado em 24/09/2015
Código do texto: T4948898
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