GRÃO
Grão...
Ao crespo olhar da solidão
Pensar em vão é como um grão
Tal qual
Uma pedra posta sobre o chão
Semente exposta e sem razão...
Em vão...
Um momento é como um grão
D’um sonho uma alucinação
Tão igual
A flor sombria da ilusão
Sem cor, sem mel, sem expressão...
Então...
O julgamento tão somente é
Uma teia alheia à contração da dor
Ou, uma triagem em contradição
Remando versos nas ondas da maré...
Senão
O andamento é como um vão
Uma estrela sem constelação
Bem como as nuvens de algodão
Sem fim, sem cor, sem direção...
E assim
Os pensamentos que se vão
Se esquivam da palma da mão
Sem deixar rastros pelo chão
Escorrem pela contramão...
N’outra emoção
O sentimento é mostra de calor
Que se oferece e doa pro amor
E é tão belo como uma linda flor
Plantada sim, no jardim do Criador!
Autor: Valter Pio dos Santos
01/Set/2014