LUAR DE PRATA NAS FOLHAS DE BANANEIRAS
Poeta louco
Procurando buraco de ozônio
No céu de sua alma.
Vozes caladas,
Silêncio que murmura.
Viver, eterno viver,
Pisando neste chão de estrela
Num caminho que vai pra lugar nenhum.
Poeta louco, coração doente
Com tantos de repente,
Que a vida traz.
Poeta louco, rima de menino
Endereço sem destino,
Remetente anônimo,
Vida por um fio,
Curto pavio
Desta bomba que a vida é.
Por que, poeta louco,
Conta as estrelas e acha pouco
Os tantos sonhos
que sonha nas tardes de outono?
Será a poesia
O seu hospício comportado?
Será a paixão de viver
O seu suplício eterno?
Para onde vai, poeta louco?
“Vou me esconder atrás desta folha!”