Olhos

Minha luz tem a cor do ar, meu perfume se iguala a água

Um olho meu só vê as alegrias, o outro só vê as mágoas

Vejo a vida como ela é, como ela foi, e como ela vai ser

Vejo a morte e além, vejo a escuridão e vejo sem ver

Veja a pedra, entenda-a e a considere neste mundo

Verá que isso foi um absurdo, palavras de um vagabundo

Os fins justificam os meios, mas necessário é um começo

Então para ti meus olhos abertamente ofereço

Para que você veja o começo e o entenda como o fim

Pois já no inicio vê-se que o fim é o mesmo pra ti e pra mim

Sabe bem o que digo, palavras escritas deste poeta

Trariam mais convicção se fossem escritas por um profeta

Olhe, veja e sinta, considere o começo e entenda o fim

Já que isso é a vida que foi dada ao acaso, assim

Não há propósito nesta vida, nem na morte

Viva sim, entregue-se a sua própria sorte.

Considerando o começo e o fim para viver o meio

O homem nasce, cresce e morre, já nisso viveu por inteiro.