SUICÍDIO
Angustiado, o homem escala o penhasco
Preso em pensamentos... Vagando
Escala pedra por pedra
Noutra vida, bate asas a gaivota. Tão esperta!
Branca e soberana, feito um Deus
Ela também vai ao alto. Como o homem
Ele chega ao topo da montanha!
Ao limite das amarguras
Ao extremo dos seus pecados
A gaivota sobrevoa o homem junto ao azul do céu
E voa leve
Voa livre
O homem esfrega as mãos em despedida da terra batida
E salta!
Para o infinito das suas memórias
Para alivio da alma sofrida
Salta para alegria dos lazarentos
Rápido como pedra, chega ao fundo
Ao fim!
“a gaivota mergulha”
Já não há mais homem e nem mais pássaros!