Ainda sou o mesmo

ainda reviro escombros

procuro por vaga-lumes na escuridão

rastejo pelas noites de concreto

labirintos de rostos emaranhados de mentiras

ruelas descaminhos bifurcações

ainda me rasgo

me lacero

dilacero

ainda me nego

a acreditar que tudo é o que é e pronto

ainda busco uma resposta para o que dói

ainda sujo as unhas cavando

os olhos das pessoas em busca da verdade

ainda sangro a cada despedida

ainda desperdiço horas pensando no passado que não volta

pondo dedos nas feridas

fechando janelas para que a manhã não me ache

ainda sou o mesmo enigma simples

sem solução.

J Sant Ana
Enviado por J Sant Ana em 31/07/2014
Código do texto: T4904342
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