Caminho das horas
Caminho das horas
Vou caminhando entre as horas...
O que faço para sair ao mundo?..
De pés descalços, entre cascalhos, vales e esquecimento?...
Totalmente nu!!!... Deixarei todas as vestes para quem precise.
Eu não preciso de nada, caibo em mim...
Vou divagando Versos entre as letras das estradas, árvores e esquecimento...
E quero ser selvagem e pleno por momentos...
Levo meu cão a tira-colo, e não o abandonarei nunca... Vamos viver a vida dos outros bichos e as nossas Vidas...
Contemplo o momento: Tudo é encantamento quando me deparo com os Céus Azuis da Poesia.
O Caminho lento...Lento... quase a naufragar perto do cais...
Sou porto e o aborto que tentaram de mim, um dia, não conseguiram... Sou Cão!
Tornei-me calabouço.... Entres grades e explodi e eclodi tantas vezes, que nem sei quem sou... Sei que sou...
Caminho em linha reta, ora tortas... Mas caminho...
O Caminho é lento e feroz, mas é o caminho da Vida...
Vou no percalço dos passos, ora lentos, ora apressados, mas passos...
E tudo que tenho a dizer, dizem as palavras...
Ora lentas, ora caudalosas... feito rios...
Sinto frio... Me agasalho nas letras fraudulentas Preces, feito oração e me deito em verso, que poderiam ser feixes.
Trapezista que cai do trapézio e jaz no chão solitário, enquanto a platéia, aplaude.
Espero que nada se perca, como me perdi...
Uma tristeza infinita, enluta-me... O dia de hoje é torto, como se a chuva saísse de dentro de mim.
Sinto que o Sol, há de vir...
Tony bahi@.