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Meu Poema


Meu poema não se prende
Sob a sombra dos telhados
Ou o cerco das paredes.
 
Voa livre, corre solto,
Não se aquieta, não se cala
Nas tramas finas das redes.

Descansa ao sol da manhã,
E se põe ao arrebol;
Volta num rastro de estrela,
Renascendo de repente
No miolo de um girassol.

Meu poema cai com a chuva,
Ficando nas poças d'águas...
Reflete o brilho da lua,
Contém a lama das mágoas...
De repente, se desmancha
Em fileiras de sorrisos...

Meu poema sobe aos céus,
Vislumbrando o paraíso...
Mas às vezes, ele desce
Chegando até o inferno,
Ressuscita no verão,
Dá seus frutos no inverno...

Meu poema não tem cordas
Que o prendam a um estilo,
Meu poema é vagabundo,
E não precisa de brilhos.
Voa solto com o vento,
E não corre sobre trilhos.

Meu poema é alegoria,
Revela aquilo que eu sinto,
O que vejo pela vida,
O que calo e o que minto.




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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 02/07/2014
Reeditado em 02/07/2014
Código do texto: T4866549
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