Perfume de Fado

No silêncio da minh’alma

Todo meu sentir aguarda

... inspiração...

Não canto o apenas

e tudo aquilo que me traga

O que em mim cheira a pó

cheira a jasmim e solidão.

Canto um fado,

não falo de amores

Falo desta irradiante paixão.

Paixão d’um povo que verseja

Um povo que canta tuas alegrias

Que encanta, com tuas tristes dores

Um povo, que inventou em tua nau

essa tal, Senhora Saudade.

Saudade dorida, que chora

E a espalhou,

por este mundo a fora

Ao som, d’uma garrida guitarra

Que cantava e que chorava

Em meio, a uma lembrança ou outra

d’algum grande e distante amor.

Desmedida e sem razão

Na melancolia dos teus porões

Ó saudade! Saudade sofrida!

Voz inquietante, gaivota a voar

buscando alcançar, a amplidão.

...

Não ando a falar de amores

Mas trago a alma em flores

D’um cantar quase que pueril

D’uma ingenuidade e teus olores

Que perfumam o meu coração

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 01/07/2014
Reeditado em 04/11/2014
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