Ah! Um novo raio de sol!

Está casa não é minha

Este lugar já não é meu

Sou alma e tenho pressa

Num corpo que adoeceu

Sou uva a morrer na vinha

que no cacho, a vida esqueceu

Sou pensamento que na boca

a palavra, sem lavra adormeceu

Tuas paredes não me guardam

Já não, me aquecem mais

Há cheiro de bolor e a poeira

Alegrias sem vida, nela jaz

Voam melancólicas notas de solidão

Voam fantasmas sem paz

Mas não há noite, que não se deite

Se em deleite, um novo dia quiser

Emoldurado e a sorrir, se levantar

E se há esse querer e ele

por si é um nó, tão latente

Que esta força, não me deixe só

Que a vida apanhe-me ao vento

E que voemos então!

Com tuas asas singelas

Quando, ela passar, faceira e bela

Ah! Um novo raio de sol!

Pelas frestas das janelas

Kellen Cristine
Enviado por Kellen Cristine em 30/06/2014
Reeditado em 19/08/2014
Código do texto: T4864312
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