A madrugada...
Ninguém sabe a hora em que ela se instala
Ela surge depois do cansaço do dia que se cala
Traz consigo o dom de despertar pecados
Que esconde sob seu manto depois de executados...
Há nela momentos feitos de falsa liberdade
São instantes proibidos vindos da imunidade
Rosas roubadas vagueiam atrás de seus destinos
Levando escrito nas folhas a afirmação de ex-meninos...
Mulheres nascem nos braços da primeira paixão
Descobrem o primeiro beijo doce da ilusão
Num instante reconhecem em seus corpos o valor
Dado pelo brilho dos olhos que sentem seu sabor...
Uns e outros descobrem nas garrafas um inimigo
Sensações novas fazendo vítimas num cenário antigo
Momento de descoberta resultam em eterno vício
E quando isso se principia nunca se sabe o início...
Filha da noite gosta de tomar banhos de sangue
Bebe lágrimas dos tolos que tem mente exangue
Tem tantas faces quanto vestes de fantasia
Seus aliados escondem as armas na luz do dia...
Madrugada eternizada pela caneta e o papel
É onde se cria a dúvida se anjos moram no céu
Feliz mesmo é o pequeno que não te conhece
E o velho que não sabe o que em ti acontece...