Tempo não tido.

Ora, ando eu um tanto mais que perdida, nessa realidade imutável, de coisas que amo e que não quero.

Posso amar sem estar apaixonada?

Aquele tipo de sentimento devaneio, que bate por aquele infinito não alcançado.

Cheia de vontades inconclusas...

Sonhando com lugares desconhecidos, deveras inalcançados.

Onde poderias estar se não estivesses deveras aqui?

Talvez caída entre os mil flancos que senti...

Descobriria de outras piores formas as verdadeiras formas daqueles que me apavoram...

Sentiria no peito, e no leito, a profunda solidão do ser de ser eu.

Alcançaria o que, um ser que sem vontade vivia, movida apenas pelas paixões que corroíam, sem mesmo saber quem é...

Apenas perderia.

Mas deveras de outras formas andaria.

Como caminhante que ultrapassa fronteiras.

Teria uma mochila como companheira.

Outro idioma, outras musicas, outro tempo.

Mas mesmo se nada fosse o que é,

jamais seria como gostaria,

pois o tempo em que vivo é adverso ao universo que planeio.

E aquele instrumento?

Jamais tocado, jamais sentido.

Apenas vivido,

aquele engasgo infinito, do não procedimento...

Daquele saber que algo mais lhe pertencia, 

poderia?

Invejo, sem vergonha de dizer,

de minha natureza já cansei de me esquecer.

Caso posso eu julgar-me sempre errada?

Aquele sentimento.

Possivelmente apagado da memória, por falta de pratica, obviamente.

Tão infeliz não me lembro daqueles dias.

Daqueles beijos,

E é tanto que sentia, e tanto quanto hoje, como algo mudaria, se a essência é continua?

O continuo do meu tempo, é insulto e mentira.

Chega de tanta balela, melhor viver o tenho desse dia.

Nada de passagem, apenas agonia.

Daniele Barbosas
Enviado por Daniele Barbosas em 26/06/2014
Reeditado em 17/02/2016
Código do texto: T4858957
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