Fui lêr os meus versos cantados
Fui ler os meus versos cantados
Fui ler meus versos cantados.
Frementes e arrebatados.
Num versejar apaixonado.
Que alevantam minha voz.
Diluindo as dores minhas.
Oferenda para partilha.
Deste dizer como sou…
Aquieto-me então cismando.
Porque escrevo tanto o mar.
Se bem que é minha paixão.
Que me tolhe me inebria.
Não sei viver sem a magia
sem a sua rebeldia
Que só o mar é capaz…
E que me dá tanta paz…
E porque descrevo tanto o amor
Este grande feiticeiro
Dando-lhe tanto enlevo
E também tanto louvor…
E já são tantas as vezes.
Que por raiva ou desamor
Lhe tiro a minha afeição…
Mas torno sempre sorrindo.
Pedindo-lhe por favor.
Não me matem a emoção.
Porque digo às folhas caídas,
que atapetam a terra.
E aos jardins floridos.
Cheirosos apetecidos.
E aos pássaros dos beirais.
E à natureza virgem.
Que eles são o meu abrigo?
Quando pranto em horas mortas,
quando a dolência me invade.
Quando calo a solidão,
ou a chaga da saudade,
me toma sempre de mim…
Porque perpetuo a dor
em meus cânticos velados?
Porquê este ardor,
em meus poemas cantados?
São chamas quentes meus versos.
Perversos fantasmagóricos?
São utopias disformes?
Porque é assim meu dizer?
Reclusos por padecerem?
Por não terem liberdade?
Sem desvelos …e sem norte?
não.....meus versos são livres,
e assim os quero manter.
E que mais eu vou dizer,
deste meu encantamento?
São primaveras cantantes,
espalhadas aos quatro ventos,
na sua exaltação.
São guardadores de lembranças.
São sorrisos e são esperanças.
São estados de felicidade.
Momentos de elevação.
São pegadas demarcadas.
Torvelinhos da razão.
Meus versos são falas mansas.
Carregadas de queixume.
São cascatas de água pura.
Fervilhantes murmurantes.
Em demanda de um leito.
Em que se sintam seguras.
São o sol nascente a esgotar.
noites frias povoadas.
de sombras e de delírios.
De sonhos arrepiantes,
e outros inebriantes.
Em que apetece ficar.....
Continuando a sonhar…
São cofres de pedrarias
Enterrados em pauis.
Onde se escondem segredos.
Sussurros e mistérios.
Ansiosos por se abrirem.
E assim se entregarem.
Saltando do sono eterno.
Para a linda luz do dia…
Meus poemas são promessas…
Que saem do coração....
De T,ta
2007-05-13