Dez horas

São dez horas

...E eu não sei muito bem o que fazer

Se foi produtivo, enriquecedor o que fiz

No dia como na vida

Acho que passo mais tempo procurando o sentido

E isso me dá algum complexo de culpa quando me comparo aos que encontram sentido, independente do que fizeram, do que são ou de quanto se preocupam ou não com isso.

Passa um pouco das dez e não sei ainda qual a minha nota

Por quantos ângulos me devo avaliar

Hora, obedeço aos conselhos de não ser exigente comigo mesmo

Hora sucumbo às críticas, normalmente veladas, às minhas incompetências.

Já ouvi elogios por me sentir inseguro com o confortável argumento de que isso ajuda nas reflexões e contribui com a humildade necessária às decisões sábias

Mas, confesso que muito me incomoda

Está ficando tarde

...Na noite e na vida

...E eu aqui pensando tão impropriamente sobre meus maiores medos, assim, publicamente.

Talvez seja a presunção de achar que haja muita gente assim

Talvez seja a de pensar que minha verdade é mais contundente que a dos outros me dando notoriedade pela sinceridade.

Talvez seja uma reflexão escrita ao invés de pensada, pois, caso o fosse não a escreveria.