LVIII
Como poderíamos
afinal, descortinarmo-nos
e nos aceitarmos publicamente
os cernes dímeros
– com tão somente
o indispensável para nossas
sobrevivências –;
se, por todo lado,
há trapos de luzes tremeluzentes,
sob as quais nos vestimos
mil fantasias
de amantes,
poetas e puristas
em sublimes cortejos
pueris,
e de loucos,
lascivos e dissimulados
em ardentes desejos
suicidas?
Péricles Alves de Oliveira