Suposto tempo

Somos incalculáveis,

O tempo não existe,

É apenas mais uma forma de nos prender,

De nos viciar em ciclos.

O relógio sempre é o mesmo,

não muda, não toma outras formas,

sempre está ali,

Se não o mudar de lugar.

Queria eu

Que àquele relógio sobrasse tempo,

Veja, algo que nem ele tem

E, que criando pernas,

saísse como numa valsa a andar pelo mundo.

Quem inventou a hora?

Quem disse: "É meia-noite e todos devem se ajustar a isso"?

Na verdade, somos sempre meia-noite

E o que passa é nossa mente.

Somos viciados em prisões,

O tempo é apenas mais uma delas.

O carrasco do mundo é o mundo.

Se o tempo passasse seríamos vida,

Mas o tempo não passa, ele não existe.

Os sinos das catedrais,

Os relógios das praças,

Dos pulsos dos homens apressados,

Estes são inúteis,

Inúteis como os que giram no entorno de si e,

Sempre terminam no mesmo lugar.

Não somos imutáveis,

Mas o que rege o mundo não é o tempo,

É a vida.

Gabriel Meira
Enviado por Gabriel Meira em 10/06/2014
Reeditado em 18/08/2019
Código do texto: T4839773
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