Nada é Para Sempre
Às vezes,
As coisas permanecem,
Mas os olhares mudam.
Tu passas
(E nem percebes)
Pelas mesmas praças,
Ruas e calçadas...
A mesma cor desbotada
Nas paredes da tua casa
Que tornou-se tão pequena
Para tuas cenas.
E nada mudou,
Nada!
Apenas o teu olhar
Que se demora e se perde
Para além dessas vidraças...
No quintal, a mesma árvore
Faz sombra sobre o telhado,
O tempo traça caminhos
Sob a pele que já pende
Sob o olhar amargurado,
Mas é dentro que se encontra
Aquilo que está passando,
Aquele que foi mudado...
É que às vezes,
As coisas permanecem,
Mas os olhares mudam,
E se perdem
Nas ilusões do mundo.