'Contratempo'

Hoje eu provoco,

algumas coisas ignoro.

Desenterro diálogos.

Eu vivo no passado,

resgato corpos decompostos.

costumismo conformado.

Às vezes é muito tempo

Amanhã já é tarde.

reage e rebate contra o tempo.

Acordo, e vejo como o tempo passou.

E eu continuo lá,

sobrevivendo de restos e migalhas,

buscando no antes a felicidade do depois.

Que busca mais filha da puta!

Do limite entre, o agora ou nunca.

Não sei pra que buscar isso.

Ontem tava quente, hoje esfriou.

De agora em diante, diante do agora, não é da boca pra fora.

Antes, depois, cedo.

Amanhã já é tarde.

Prefiro morrer agora,

gozando felicidade agora,

que de cara fechada depois,

de saudade, outrora.

Eduardo De Caneda
Enviado por Eduardo De Caneda em 03/06/2014
Código do texto: T4830320
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