'Contratempo'
Hoje eu provoco,
algumas coisas ignoro.
Desenterro diálogos.
Eu vivo no passado,
resgato corpos decompostos.
costumismo conformado.
Às vezes é muito tempo
Amanhã já é tarde.
reage e rebate contra o tempo.
Acordo, e vejo como o tempo passou.
E eu continuo lá,
sobrevivendo de restos e migalhas,
buscando no antes a felicidade do depois.
Que busca mais filha da puta!
Do limite entre, o agora ou nunca.
Não sei pra que buscar isso.
Ontem tava quente, hoje esfriou.
De agora em diante, diante do agora, não é da boca pra fora.
Antes, depois, cedo.
Amanhã já é tarde.
Prefiro morrer agora,
gozando felicidade agora,
que de cara fechada depois,
de saudade, outrora.