O Reino

"Em vastas planícies verdejantes viviam famílias felizes e modestas.

Cuidavam de grandes pastos exuberantes e caçavam perdizes nas florestas.

Os dias soavam como doces trocadilhos de cantigas campestres.

As noites iluminavam com os encantados brilhos das nossas amigas celestes.

Mas no mundo nem tudo permanece em constante harmonia.

Se no fundo ele soubesse do arrebatante mal que viria...

Naquela vila existia um habilidoso ferreiro.

Seu filho, um pequeno jovem, muito curioso e aventureiro.

Enquanto seu pai trabalhava na forja de lanças e espadas.

Ele sempre lutava contra uma corja de plantas já definhadas.

De repente aquele dia como num eclipse escureceu.

E todo aquele mundo de magia nunca mais seria seu...

Flechas bloquearam completamente o céu.

E alvejaram até o mais inocente que estava ao léu.

Uma carga pesada galopava quebrando toda a resistência.

E uma pobre senhora chorava, implorando por clemência.

No meio de toda aquela cena horripilante aparecia.

O brilho da armadura cintilante de um herói que surgia...

Mas ele era apenas um pequenino menino.

E não conseguiria evitar o terror que estava surgindo.

Os que restaram lutavam sob o comando do corajoso ferreiro.

Mas as tropas dizimavam até o mais valoroso guerreiro.

O momento mais nublado estava para acontecer.

Quando ele viu o seu pai cercado lutar até morrer.

Antes da morte, seu pai fez um último pedido.

Que apenas mudasse a sorte de seu filho querido.

E então, reconhecendo, o general, a sua coragem.

Atendeu a súplica daquela vida terminal, mas o levou na viagem.

Os olhos vazios traziam a lembrança daquele pequeno menino.

E guardavam os fios de esperança que alteraria aquele trágico destino...

Entre bárbaros e gladiadores aquele rapaz cresceu.

E naquele tártaro de horrores se fortaleceu.

Tornara naquele exército um invencível campeão.

E tinha do general a mais incrível admiração.

De sua origem, longe dali, ele não tinha esquecido.

Pois seu pensamento sempre foi retribuir o que era merecido...

Até o mais confuso caos possui sua regra. E no meio dos maus é a força que agrega.

Foi assim que um duelo foi proposto pelo campeão.

E quem escapasse do flagelo teria o controle do batalhão.

Mas quem domina não aprecia ser desafiado.

E procuraria fazer o herói ficar desmoralizado...

Porém estratégias ele teria aprendido.

E em meio as falanges que tudo foi pretendido.

Sem saída, o general aceitou.

E com sua própria espada venal, o derrotou.

O comando fora finalmente usurpado.

Mas apenas de seu pai teria lembrado...

Agora de suas mãos emanaria todo poder.

E ele já sabia tudo o que iria fazer.

Para o castelo do maléfico rei sua tropa marchou.

Montado em um cavalo amarelo, vendo aquele esquelético que ditava a Lei, o ultimato anunciou.

Declinar daquela coroa sem nenhum valor.

Ou aquela garoa teria o gosto acre do terror...

Assim aquelas terras se tornaram pelo bem iluminadas.

Da mesma forma as suas que também foram retomadas.

Dois reinos distintos unidos pelo poder da resiliência.

Sombrios espectros extintos com o resplandecer da decência.

E essa foi a história de um menino que derrotou um general e se tornou rei.

A vitória de um paladino contra o mal da forma que sempre imaginei." (Luciano Brandão)

Acessem (Lá é um outro reino fantástico, mas onde eu sou o rei! Rs) http://pensamentoscomargumentos.blogspot.com.br/?m=1o