DOIS RIOS

Rio descendo para o improvável mar,
Contorno, obstáculos, quedas, correntes,
Enquanto desce, reconhece, não vai mais voltar,
Para a origem, a calmaria da nascente.

Contemplando esse rio; eu me sinto como,
Sem ninho, a caminho do desconhecido,
Exposto à soberania do cromo,
Buscando na luz de cada dia, um sentido.

Dois rios; incógnitas, agitadas tangências,
Margens emolduradas pelas reminiscências.