QUERIAS

Querias me tirar o ar o chão

Deitar-me em gélida solidão

Num crepúsculo sem volta,sem dor.

Num gesto duro, sem amor.

Querias tragar-me como fumaça

Que a noite desce, finda, escassa.

Numa onda de pura agonia,

Ainda não, vossa senhoria

Fugi dos teus braços que em laços

Tentavam me levar

Ao fim do mundo, me afogar.

Para emergir mais forte

Resignado com minha sorte

Molhado, frio, mas longe de ti... Morte.