DESSAS TARDES

Por que me sinto assim

Essa tarde?

Por que me atinge tão veemente

Tal palor,

Dos fulgores de ancestrais primaveras?

Dessa tarde...

Essas lembranças.

Oh, sinto que posso

Sobreviver mais um dia!

D’uma energia

Colossal,

Surge-me sorrateira entre os ossos,

Soberana em minh’alma,

E minha mente,

Soturno, insólito, santuário.

Para quem escrevo

Tais incógnitas

Rotas linhas?

Não são para mim,

Desprovido de crença,

Amores e esperança.

Não são para os mortos,

Suas lápides, suas velas,

Suas flores brancas,

Em lutos de eternizadas lágrimas,

Seus amores petrificados

Em frios mármores.

São para os amantes,

Envoltos uns nos outros,

Com seus braços,

Abraçados em suas amarras

Magoas do tempo.

Por que me sinto assim?

Sinto que posso sobreviver

Mais um dia,

Cinge-me entre meus ossos,

D’uma energia

Colossal, soberana,

Oh, a mesma que incendeiam as estrelas.

Tomb
Enviado por Tomb em 26/05/2014
Código do texto: T4821103
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