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É da alma o caminhar sempre
É da alma o caminhar sempre
Caminha, caminha, caminha, sem parar
Mesmo sem querer caminhar, caminha
Como é perene seu perambular
Caminha às vezes feliz e cantando
No mais das vezes sisuda e cambaleando
E uma luta sem fim se desdobra
Entre o que se foi e o que virá
Um gosto amargo e sedutor de despedida
Das coisas mais simples da vida
Mas que ferem fundo o coração
E rasgam o véu da saudade
Quisera eu um outro porvir
E um passado de flores primaveris
Mas a janela mostra um dia nublado
Que apressa a vontade de prosseguir
Quem sabe na próxima esquina
Escondida em alguma reentrância
A esperança perdida será reencontrada
E os motivos voltarão a florir
Por hora só movimentos ignotos
Submersos incandescentes sob o véu
De uma agonia persistente
Que se demora na estação do agora
A viagem acompanha o olhar
Perdido na paisagem encantadora
E a cada quadro distante
Uma incansável pergunta:
E agora?