O Julgamento
"Todos no tribunal e aquele silêncio sepulcral se interrompe com as palavras da acusação.
O promotor eloquentemente esbraveja e insinua com muita firmeza que o réu é um vilão.
A testemunha explica e revela, a história daquela querela, cada uma com sua visão.
Agora é a vez da defesa que com toda sua certeza contrapõe com brilhante argumentação.
Os jurados atentos se espantam com todas as teses que levantam e sentem uma estranha apreensão.
Nesse momento o réu tem a palavra e com um discurso de própria lavra, inicia a sua versão.
Agora o ambiente se diferencia. Muito ansioso, sua voz destoaria, naquele clima nervoso, quando ele começa assim:
- Senhores, estava eu na minha rotina quando ouvi o grito de uma menina e, de repente, pensei que atiraram em mim.
Rapidamente me abriguei, as pessoas ao redor alertei e o meliante fulminantemente alvejei.
Vi sangue por todo lado e bastante desesperado, imaginei até que eu era o culpado.
A criança nos braços carreguei e com todas as forças que me restavam a levei, certo de que nela não atirei... apenas chorei...
Agora carregava um fardo por culpa daquele facínora safado, agora morto, eu vingado.
Conscientemente uma criança inocente defendi quando aquele sequestrador eu deti e muito bem me senti... ao vê-lo subjulgado bem ali...
O que me conforma é que ao menos a sociedade está mais em paz, livre de um criminoso contumaz que agora abraça o Satanás.
O tiro que acertou a criança tenho a tortuosa lembrança que não partiu dessa arma aqui, pois o primeiro disparo que senti saiu do medo e desespero daquele miserável que vi.
E finalizo dizendo que nunca temi os tribunais, pois é para eles que levo os mais temíveis marginais, autores de crimes vis e brutais... Julgais...!
De volta ao tribunal, retoma o julgamento daquele policial, todos envoltos em profunda emoção.
Os jurados se reúnem para o escrutínio secreto e até aquele mais discreto, demonstra qual será a decisão.
O juiz carrega o veredito e ainda que seja bendito, altera a vida daquele cidadão.
E a sentença o magistrado começa a discorrer:
- Levante a cabeça policial é você que nos defende do que é mal e precisamos de heróis como você. Que vibrem! lutem! E façam o bem acontecer.
Muitas vezes o erro é uma consequência natural, pois nossas ações não são um ato literal e elas não devem ser.
Seja sempre justo e imparcial e ao criminoso sempre dê o que ele venha a merecer.
Aqui se pune a intenção e é de todo o coração que agora vou te absolver.
As lágrimas nos olhos daquele profissional não era alívio ou algum sentimento trivial, mas por aquela menina que ele veio a perder.
E será com toda a esperança de salvar aquela criança que ele jura que o crime sempre irá combater." (Luciano Brandão)
Acessem (Julgue você mesmo, mas favorável, claro! Rs), http://pensamentoscomargumentos.blogspot.com.br/?m=