NOVA CHANCE

Cai a manhã

Em frias gotas matinais,

Demais ambíguas

Sobre minha cabeça,

E algo do passado

Cai sobre meus pesarosos

Pensativos passos,

Que no rastro vão ficando,

Olhares, suspiros e lembranças.

É com essa tonalidade incolor,

Que meu dia segue,

- Meditei no que conversamos,

Sobre o futuro o destino e as escolhas,

E todo esse "papo" de envelhecer

Me deixou depressivo.

Me sentindo prisioneiro do tempo

Como a lebre sendo levada

Cravada nas garras da águia

Bem, é possível q'eu não escape

A um colapso essa noite.

Então pense em mim

Quando fores deitar

No teu lado mais distante da cama,

Eu continuarei por aqui,

Encarando a noite,

Ela não me larga mais

Nunca mais...

E os remédios já não me fazem bem,

Ao contrário,

Só me deixam ainda mal,

Cada vez pior,

Esquecendo de quem realmente eu sou.

Eu só queria poder ver seu rosto

Uma última vez.

Sinto estar num caminho sem volta,

Pois acabo de passar

Pela minha antiga rua da infância,

E vi como tudo era fantástico,

Empolgante e impossível,

Atraente, tudo era aventureiro

E mais belo,

Mas agora os céus

Parecem me chamar,

Me convidam a voltar

Pra onde tudo começou,

E não é como esperávamos,

Não há trombetas nem anjos,

Você não vai poder cumprir sua palavra,

De me seguir onde eu for,

Mas se apenas quiseres que eu fique,

Peça, então eu canto nossa música,

Em seu ouvido novamente,

E esqueço essa ideia

De vida eterna,

E vivo por você

Por toda vida.

Sim eu verei seu rosto outra vez,

Não, eu não terei esse colapso

Jamais.

Tomb
Enviado por Tomb em 13/05/2014
Reeditado em 13/05/2014
Código do texto: T4805127
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