NOVA CHANCE
Cai a manhã
Em frias gotas matinais,
Demais ambíguas
Sobre minha cabeça,
E algo do passado
Cai sobre meus pesarosos
Pensativos passos,
Que no rastro vão ficando,
Olhares, suspiros e lembranças.
É com essa tonalidade incolor,
Que meu dia segue,
- Meditei no que conversamos,
Sobre o futuro o destino e as escolhas,
E todo esse "papo" de envelhecer
Me deixou depressivo.
Me sentindo prisioneiro do tempo
Como a lebre sendo levada
Cravada nas garras da águia
Bem, é possível q'eu não escape
A um colapso essa noite.
Então pense em mim
Quando fores deitar
No teu lado mais distante da cama,
Eu continuarei por aqui,
Encarando a noite,
Ela não me larga mais
Nunca mais...
E os remédios já não me fazem bem,
Ao contrário,
Só me deixam ainda mal,
Cada vez pior,
Esquecendo de quem realmente eu sou.
Eu só queria poder ver seu rosto
Uma última vez.
Sinto estar num caminho sem volta,
Pois acabo de passar
Pela minha antiga rua da infância,
E vi como tudo era fantástico,
Empolgante e impossível,
Atraente, tudo era aventureiro
E mais belo,
Mas agora os céus
Parecem me chamar,
Me convidam a voltar
Pra onde tudo começou,
E não é como esperávamos,
Não há trombetas nem anjos,
Você não vai poder cumprir sua palavra,
De me seguir onde eu for,
Mas se apenas quiseres que eu fique,
Peça, então eu canto nossa música,
Em seu ouvido novamente,
E esqueço essa ideia
De vida eterna,
E vivo por você
Por toda vida.
Sim eu verei seu rosto outra vez,
Não, eu não terei esse colapso
Jamais.